terça-feira, 28 de maio de 2013

Fibromialgia

O que é Fibromialgia?

A fibromialgia é uma síndrome comum em que uma pessoa sofre de dores por todo o corpo por longos períodos, com sensibilidade nas articulações, nos músculos, nos tendões e em outros tecidos moles.
A fibromialgia também está relacionada à fadiga, distúrbios do sono, dores de cabeça, depressão e ansiedade.

Causas

A causa é desconhecida. As possíveis causas ou os desencadeadores da fibromialgia incluem:
  • Trauma físico ou emocional
  • Resposta anormal à dor, em que áreas do cérebro responsáveis pela dor podem reagir de forma diferente em pacientes com fibromialgia
  • Distúrbios do sono
  • Infecção, como um vírus, embora nenhum tenha sido identificado
A fibromialgia é mais comum em mulheres com idade entre 20 e 50 anos.
As seguintes doenças podem acompanhar a fibromialgia ou imitar seus sintomas:
  • Dor crônica no pescoço ou nas costas
  • Síndrome da fadiga crônica
  • Depressão
  • Hipotireoidismo (tireoide inativa)
  • Doença de Lyme
  • Distúrbios do sono

Exames

Para ser diagnosticado com fibromialgia, é preciso ter pelo menos 3 meses de dor generalizada, além de dor e sensibilidade em pelo menos 11 de 18 áreas, incluindo:
  • Braços (cotovelos)
  • Nádegas
  • Peito
  • Joelhos
  • Região lombar
  • Pescoço
  • Caixa torácica
  • Ombros
  • Coxas
Os exames de sangue e urina geralmente estão normais. Entretanto, podem ser feitos exames para descartar outras doenças que apresentem sintomas similares.
    Sintomas de Fibromialgia
    A dor é o principal sintoma da fibromialgia. Ela pode ser leve ou intensa.
  • As regiões doloridas são chamadas de pontos de sensibilidade. Os pontos de sensibilidade se encontram no tecido mole da nuca, ombros, tórax, região lombar, quadris, canelas, cotovelos e joelhos. A dor então se espalha a partir dessas áreas.
  • A dor pode ser percebida como profunda ou uma dor aguda e ardente.
  • As articulações não são afetadas, embora possa parecer que a dor venha das articulações.
ADAMPrincipais pontos de sensibilidade da fribromialgia






As pessoas com fibromialgia tendem a acordar com dores no corpo e rigidez. Em alguns pacientes, a dor melhora durante o dia e piora à noite. Outros pacientes sentem dor o dia inteiro.
A dor pode piorar com atividades, clima frio ou úmido, ansiedade e estresse.
Fadiga, estado deprimido e distúrbios do sono são observados em quase todos os pacientes com fibromialgia. Muitos afirmam que não conseguem dormir ou continuar dormindo e que se sentem cansados quando acordam.
Outros sintomas de fibromialgia podem incluir:
  • Síndrome do intestino irritável (SII)
  • Problemas de memória e de concentração
  • Dormência e formigamento nas mãos e nos pés
  • Palpitações
  • Redução na capacidade de se exercitar
  • Cefaleia tensional ou enxaqueca

Buscando ajuda médica

Consulte um profissional da área da saúde se tiver sintomas de fibromialgia. Reumatologistas e neurologistas ajudam no diagnóstico e no tratamento do problema.

Tratamento de Fibromialgia

O objetivo do tratamento é ajudar a aliviar a dor e outros sintomas, ajudando o paciente a enfrentar os sintomas.
O primeiro tipo de tratamento pode envolver:
  • Fisioterapia
  • Programa de exercícios e preparo físico
  • Métodos para alívio de estresse, incluindo massagem leve e técnicas de relaxamento
Se esses tratamentos não funcionarem, seu médico poderá prescrever um antidepressivo ou relaxante muscular. O objetivo da medicação é melhorar o sono e aumentar a tolerância à dor. O medicamento deve ser usado junto com exercícios e terapia comportamental. A duloxetina , a pregabalina e o milnaciprano são medicamentos aprovados especificamente para tratar a fibromialgia.
Entretanto, muitas outras drogas também são usadas para tratar a doença, incluindo:
  • Medicamentos anticonvulsivos
  • Outros antidepressivos
  • Relaxantes musculares
  • Analgésicos
  • Hipnóticos
A terapia cognitivo-comportamental é uma parte importante do tratamento. Com ela, você aprenderá a:
  • Lidar com pensamentos negativos
  • Manter um diário de seus sintomas e dores
  • Reconhecer o que agrava seus sintomas
  • Buscar praticar atividades agradáveis
  • Estabelecer limites
Os grupos de apoio também podem ser úteis.
Entre outras recomendações, estão:
  • Seguir uma dieta bem balanceada
  • Evitar cafeína
  • Manter uma boa rotina de descanso para melhorar a qualidade do sono (consulte: insônia)
  • Acupressão e acupuntura
Os casos graves de fibromialgia podem necessitar ser encaminhados a uma clínica de dor.

A fibromialgia é um distúrbio de longa duração. Às vezes, os sintomas melhoram. Outras vezes, os sintomas podem piorar e continuar durante meses ou anos.

Prevenção

Não há formas de prevenção para a fibromialgia.
Fontes e referências:
  • Abeles M, Solitar BM, Pillinger MH, Abeles AM. Update on fibromyalgia therapy. Am J Med. 2008;121:555-561.
  • Häuser W, Bernardy K, Üceyler N, Sommer C. Treatment of fibromyalgia syndrome with antidepressants. JAMA. 2009;301:198-209.
  • Wolfe F, Rasker JJ. Fibromyalgia. In: Firestein GS, Budd RC, Harris ED Jr., et al., eds. Kelley's Textbook of Rheumatology. 8th ed. Philadelphia, Pa: Saunders Elsevier; 2008:chap 38.
  • Wolfe F, Clauw DJ, Fitzcharles MA, Goldenberg DL, Katz RS, Mease P, et al. The American College of Rheumatology preliminary diagnostic criteria for fibromyalgia and measurement of symptom severity. Arthritis Care Res. 2010;62(5):600-610.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Ruptura muscular nos isquio-tibiais


Os isquiotibiais são o conjunto de músculos localizados na face posterior da coxaEste grupo muscular é composto por três músculos:
  • Bíceps femoral
  • Semi-membranoso
  • Semi-tendinoso

Estes músculos têm origem comum na tuberosidade isquiática (saliência óssea palpável atrás da coxa, a meio da prega glútea) e vêm inserir-se na face posterior da tíbia, próximo ao joelho.
No seu conjunto, são responsáveis por estender a coxa e dobrar o joelho. A sua ação é importante para manter a perna estendida enquanto o peso do corpo passa para a outra perna durante a marcha ou a corrida.
Uma ruptura muscular nesta região pode ser causada pelo estiramento brusco dos músculos durante um chuto, pela contração repentina ou por um episódio de sobrecarga num período relativamente curto de tempo, como uma maratona por exemplo.
Desportos que requerem explosões de velocidade, como certas modalidades do atletismo, o futebol ou o basquetebol aumentam o risco de lesão. Assim como a fadiga muscular, pouca flexibilidade e a falta de aquecimento prévio à prática desportiva.
Todas as rupturas musculares podem ser graduadas de 1-3, consoante a gravidade da lesão. 
  • O grau I corresponde a pequenas lesões (até 10% das fibras musculares envolvidas)
  • O grau II existe lesão de até 90das fibras musculares.
  • O grau III implica a ruptura de mais de 90% das fibras musculares ou uma ruptura completaEstas últimas geralmente ocorrem junto à transição de músculo para tendão ou já no próprio tendão em si.

Nos casos de sobreuso deste grupo muscular o tendão comum dos isquio-tibiais pode também sofrer pequenos dados repetitivos, conconsequente inflamação, seguida de degeneração e perda das qualidades do tecido fibroso do tendão, dando origem a uma tendinopatia na origem dos isquio-tibiais.

Sinais e sintomas/ Diagnóstico

  • Dor súbita aguda na parte de trás da perna durante o exercício,provavelmente durante uma corrida ou movimentos a alta velocidade.
  • Dor ao alongar e na contração do músculo contra resistência.
  • Inchaço e hematomas.
  • Nos casos de ruptura grave, uma falha na continuidade do músculo pode ser sentida à palpação.

Uma boa avaliação, incluindo uma história clínica e exame atento da coxa são geralmente suficientes para um correto diagnóstico de uma ruptura dos isquiotibiais. Uma ecografia ou RM podem ser pedidas para confirmar o diagnóstico e avaliar a extensão da lesão.

Tratamento

                O tratamento em fisioterapia, nas primeiras 24 a 48 horas após a lesão e enquanto o diagnóstico não está confirmado, consiste e controlar os sinais inflamatórios, através de:
  • Descanso: Evite caminhar ou estar muito tempo de pé. Se tiver de o fazer utilize canadianas. Andar a pé pode significar um agravamento da sua lesão.
  • Gelo: Aplique uma compressa de gelo na área lesada, colocando uma toalha fina entre o gelo e a peleUse o gelo por 20 minutos e depois espere pelo menos 40 minutos antes de aplicar gelo novamente.
  • ElevaçãoA perna deve ser elevada um pouco acima do nível do seu coração para reduzir o inchaço.
  • Analgésicos e anti-inflamatórios não-esteróides poderão ser receitados pelo médico para controlar o processo inflamatório e aliviar as dores.

Após este período, e com o diagnóstico confirmado, o tratamento irá depender da gravidade da lesão.

Ruptura de grau I: A reabilitação deve estar completa ao final de cerca de 2 semanas. O tratamento deve incluir:
Fase 2: Após as 1ªs 24 a 48 horas e até às 2 semanas
Alongamentos suaves dos músculos flexores da anca, 2 a 3 vezes por dia, desde que não provoquem dor
Alternar a massagem de drenagem e de mobilização de tecidos com fortalecimento estático dos isquio-tbiais.
Continuar o descanso das atividades que provocaram a lesão durante a primeira semana de recuperação.
Ao final da 1ª semana introduzir o fortalecimento muscular progressivo, incluindo exercícios em carga. À medida que for efetuando os exercícios sem dor reintroduzir corrida.
Ao final da 2ª semana deve voltar gradualmente à atividade desportiva e continuar por algumas semanas exercícios específicos de fortalecimento e alongamento do músculo lesado.

Ruptura de grau II: A reabilitação deve estar completa ao final de cerca de 4-6 semanas. O tratamento deve incluir:
Fase 2: Após as 1ªs 24 a 48 horas e até às 2 semanas
Continuar o descanso das atividades que provocaram a lesão.
Alongamentos suaves e fortalecimento estático dos isquiotibiais, 2 a 3 vezes por dia, a partir do 3º dia, desde que não provoque dor.
Em vez de apenas gelo poderá aplicar durante 20 a 30 minutos quente e frio, alternadamente, 5 minutos cada, três vezes por dia
Massagem de drenagem e de mobilização de tecidos assim que os sinais inflamatórios tenham desaparecido
Deve iniciar um programa específico de reabilitação, orientado pelo seu fisioterapeuta
Poderá ser aplicada uma ligadura funcional com tape para permitir uma melhor cicatrização dos topos da ruptura.
Ultra-som e TENS deverão ser introduzidos no tratamento para aliviar a dor e acelerar a recuperação dos tecidos.
Fase 3: Semanas 3, 4, 5 e 6
Introduzir o fortalecimento muscular progressivo, incluindo exercícios em carga. À medida que for efetuando os exercícios sem dor reintroduzir corrida.
Ao final da 4ª semana deve ser reintroduzido o gesto desportivo em ambiente clínico, iniciar a corrida e fortalecimento excêntrico do músculo.
Na 6ª semana deve retornar gradualmente à prática desportiva e continuar por algumas semanas exercícios específicos de fortalecimento e alongamento do músculo lesado.

Ruptura de grau III: A reabilitação poderá demorar mais de 3 meses em casos de ruptura completa. O tratamento deve incluir:
Se o músculo apresentar uma ruptura total o tratamento consiste na reconstrução cirúrgica. Se suspeitar de uma lesão grave deve parar imediatamente a atividade desportiva e dirigir-se ao hospital para ser avaliado. Se a ruptura for parcial será seguido o protocolo de reabilitação das rupturas de grau II, com a adaptação dos respectivos períodos de tempo.

Exercícios terapêuticos para rupturas musculares nos isquio-tibiais

Os seguintes exercícios são geralmente prescritos durante a reabilitação de uma ruptura nos isquio-tibiaisDeverão ser realizados 2 a 3 vezes por dia e apenas na condição de não causarem ou aumentarem os sintomas.


 

Alongamento dos isquiotibiais
Em pé, com o calcanhar apoiado num degrau, incline o tronco à frente mantendo as costas alinhadas. Mantenha essa posição durante 20 segundos.
Repita entre 6 e 12 vezes, desde que não desperte nenhum sintoma.






Alongamento ativo da cadeia posterior
Deitado, com um elástico na ponta do pé, com a coxa e joelho dobrados a 90o. Mantenha a tensão no elástico enquanto estica o mais possível o joelho, puxado a ponta do pé para si. Mantenha a posição durante 20 segundos.
Repita entre 5 a 10 vezes, desde que não desperte nenhum sintoma.





Fortalecimento dos isquio-tibiais
Deitado, com o elástico preso atrás do calcanhar. Puxe o pé para si e deixe-o voltar lentamente à posição inicial.
Repita entre 8 e 12 vezes, desde que não desperte nenhum sintoma.

  
Antes de iniciar estes exercícios você deve sempre aconselhar-se com o seu fisioterapeuta.

Heiderscheit BC, Sherry MA, Silder A, Chumanov ES, Thelen DG. Hamstring strain injuries: recommendations for diagnosis, rehabilitation, and injury prevention. J Orthop Sports Phys Ther. 2010 Feb;40(2):67-81.