quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

SÍNDROME PATELOFEMORAL

O que é a síndrome patelofemoral ?
É a dor na região anterior do joelho, na parte de trás da patela.

O termo patelofemoral parece apropriado, já que não é possível distinguir qual estrutura, a patela ou o fêmur, é especificamente afetada. Já lhe foram dados vários nomes, incluindo: desordem patelofemoral, mau alinhamento patelar, joelho de corredor e condromalácia, mas hoje em dia, os termos síndrome da dor patelofemoral, dor anterior do joelho ou instabilidade femuropatelar são, preferencialmente, usados.

É mais comum em adolescentes, mulheres e atletas, especialmente corredores.

Como ocorre ?
A síndrome patelofemoral é multifatorial, provavelmente ocorre pela combinação de:
• Microtraumas repetitivos,
• Mau alinhamento da patela,
• Uso excessivo da articulação do joelho,
• Desalinhamento do mecanismo extensor do joelho associado a uma movimentação lateral excessiva da patela.
A parte superior da patela é ligada a um grande grupo de músculos da coxa, chamado quadríceps, e sua extremidade inferior é ligada ao tendão patelar, que se insere no osso da perna, logo abaixo do joelho.
A patela apóia-se em sulcos nas extremidades do osso da coxa (fêmur), chamados côndilos femorais e durante a extensão e flexão do joelho, a patela “flutua” sobre eles.
Porém, pessoas que apresentam desequilíbrios de força entre os músculos laterais e mediais da coxa, aumento do ângulo Q (pessoas que tem o quadril largo), patela alta ou hipermóvel e joelho valgo (para dentro) favorecem a instabilidade e a lateralização da patela, tirando-a do “trilho”. Quando isso acontece, acontece uma compressão da patela no côndilo femoral, podendo irritar a superfície posterior da patela e causando dor.

Quais são os sintomas ?
O principal sintoma é a dor na região anterior do joelho, entre a patela e o fêmur. Essa dor é intensificada quando alguma atividade que aumenta a carga nesta articulação é realizada, como: corridas, escaladas, agachamentos, o simples fato de ajoelhar ou de ficar muito tempo sentado. Alguns pacientes referem sensação de instabilidade do joelho e, raramente, é acompanhada de edema.
Como é diagnosticada ?
O médico revisará os sintomas, examinará o joelho e o alinhamento do membro inferior. Ele poderá pedir raios-x.

Como é tratada ?
O paciente deve fazer:
• Compressas de gelo sobre os joelhos por 20 a 30 minutos, a cada 3 ou 4 horas, por 2 a 3 dias ou até que a dor desapareça,
• Elevação do joelho, colocando um travesseiro debaixo da perna, quando houver dor,
• Uso dos medicamentos antiinflamatórios, prescritos pelo médico,
• Os exercícios recomendados pelo médico ou fisioterapeuta.
O médico poderá recomendar o uso de órteses no tornozelo ou no joelho. Durante a recuperação da lesão, a atividade ou esporte praticado anteriormente, deverá ser modificado, para que não agrave a condição. Por exemplo: Alguém que costumava correr, agora terá que caminhar.
Em casos severos de síndrome patelofemoral, a cirurgia poderá ser indicada.
O médico mostrará exercícios que ajudarão a diminuir a dor na parte de trás da patela.

Quando retornar ao esporte ou à atividade ?
O objetivo da reabilitação é que o retorno do paciente ao esporte ou à atividade aconteça o mais breve e seguramente possível. O retorno precoce poderá agravar a lesão, o que levaria a um dano permanente.
Todos se recuperam de lesões em velocidades diferentes e, por isso, para retornar ao esporte ou à atividade, não existe um tempo exato, mas quanto antes o médico for consultado, melhor.
O retorno ao esporte ou à atividade acontecerá, com segurança, quando os itens listados abaixo forem realizados, progressivamente:
• Dobrar e esticar totalmente o joelho, sem sentir dor,
• Joelho e perna recuperarem a força normal, em comparação ao joelho e perna não lesionados,
• Correr em linha reta, sem sentir dor ou mancar,
• Correr em linha reta, a toda velocidade, sem mancar,
• O joelho não estiver edemaciado,
• Fazer viradas bruscas, a 45º,
• Fazer viradas bruscas, a 90º,
• Correr, fazendo o “8”, de 18 metros,
• Correr, fazendo o “8”, 9 metros,
• Pular com ambas as pernas e só com a perna lesionada, sem sentir dor.

Como evitar a síndrome patelofemoral ?
A melhor maneira de evitá-la é mantendo os músculos da coxa alongados e fortalecidos, principalmente a parte interna.
Também é importante usar sapatos adequados e que tenham um bom apoio para os pés.

Exercícios de reabilitação da síndrome patelofemoral:
Os exercícios listados aqui são apenas um guia de tratamento básico, por isso o paciente deve fazer a reabilitação acompanhado de um fisioterapeuta, para que o programa seja personalizado.
A fisioterapia conta com muitas técnicas e aparelhos para atingir os objetivos, como: analgesia, fortalecimento muscular, manutenção ou ganho da amplitude de movimento de uma articulação, etc, e por isso, o tratamento não deve ser feito sem a supervisão de um profissional.

1- Alongamento em Pé da Musculatura de Isquitibiais:
Começar colocando o calcanhar da perna lesionada sobre um banco de, aproximadamente, 40 cm de altura.
Inclinar o tronco para frente e flexionar o quadril até sentir um leve alongar na parte posterior da coxa.
Colocar as mãos nos pés ou, se não for possível, nos tornozelos.
Manter os ombros e as costas eretos.
Manter o alongamento por 30 a 60 segundos e repetir o exercício 3 vezes.


2 - Mobilidade Patelar:
Sentar com a perna lesionada estendida à frente do tronco e com os músculos da coxa relaxados.
Com o dedo indicador e polegar, gentilmente pressionar a patela para baixo em direção ao seu pé.
Manter essa posição por 10 segundos. Retornar à posição inicial.
Então, puxar a patela para cima em direção à cintura. Manter por 10 segundos. Retornar à posição inicial.
Depois, tentar empurrar suavemente a patela para dentro em direção à outra perna e manter por 10 segundos.
Repetir esses exercícios por aproximadamente 5 minutos.

3 - Alongamento do Quadríceps:
Em pé, de cabeça erguida, manter o lado são do corpo junto a uma parede e apoiar a mão contra ela.
Com a outra mão, segurar o tornozelo da perna lesionada e levar o calcanhar para cima, em direção à nádega, sem arquear a coluna.
Manter a posição por 30 a 60 segundos e repetir 3 vezes.

4 - Postura do Quadríceps:
Sentar no chão com a perna lesionada estendida à frente.
Tentar contrair o músculo da parte de cima da coxa, empurrando a parte de trás do joelho para baixo em direção ao chão.
Concentrar a contração na parte interna da coxa.
Manter essa posição por 5 segundos e repetir 10 vezes.
Fazer 3 séries.

5 - Elevação Com a Perna Estendida:
Sentar com a perna lesionada estendida e a outra perna dobrada com o pé apoiado no chão.
Puxar os dedos do pé da sua perna lesionada em direção ao tronco, o máximo que puder, enquanto contrai os músculos da parte de cima da coxa.
Elevar a perna de 10 a 15 centímetros do chão, manter por 5 segundos e, então, abaixar a perna, lentamente.
Repetir 10 vezes e fazer 03 séries. 

6 - Elevação Com a Perna Estendida em Prono:
Deitar com as costas para cima e com a perna lesionada estendida afastá-la do chão.
Manter 5 segundos, voltar à posição inicial.
Fazer 3 séries de 10 repetições.


7 – Levantar Pesos Estendendo a Perna (Musculação):
Esse exercício deve ser feito com tornozeleiras de pesos.
Sentar em um banco com as tornozeleiras presas aos tornozelos, estender o joelho, deixando a perna reta.
Os últimos quinze graus de extensão são os mais importantes e, por isso, a perna deve estar estendida por completa.
Alternar as pernas. Fazer 3 séries de 10.

 
8 – Fortalecimento de Isquiotibiais:
Em pé, com as mãos apoiadas em uma cadeira, flexionar o joelho, levando o pé em direção às nádegas.
Manter 5 segundos e relaxar.
Fazer 3 séries de 25 repetições.

 
9 – Adução de Quadril:
Em pé, de lado para uma cama, com o lado lesionado mais próximo dela.
Prender uma faixa elástica no “pé” da cama e a outra extremidade, da faixa, em seu tornozelo, da perna lesionada.
Mantendo o joelho da perna lesionada estendido, levá-la através do seu corpo, afastando-a da cama.
Retornar à posição inicial.
Repetir 10 vezes e fazer 3 séries.