sábado, 19 de fevereiro de 2011

BURSITE ANSERINA

O que é a bursite anserina?
A junção de dois ou mais ossos recebe o nome de articulação. Ela é lubrificada por um líquido viscoso e transparente chamado sinóvia, que é secretado pela bolsa sinovial, atuando como um amortecedor entre os tendões, os ossos e a pele.
A bolsa sinovial anserina localiza-se na parte interna do joelho, logo abaixo da sua articulação. Essa região é popularmente conhecida como Pata de Ganso e nela inserem-se três músculos: Grácil, Sartório e Semitendinoso. Estes músculos são responsáveis por cruzar as pernas, dobrar e juntar os joelhos.
Como ocorre?
Ela pode resultar:
• Do uso repetitivo, dos movimentos de perna, no nado de peito, ou dos chutes de bola repetidamente.
• Do giro repetido do corpo com o joelho flexionado, com o apoio neste joelho.
• De pancada direta em cima desta área da perna.

Quais os sintomas?
Dor na face interna do joelho, logo abaixo da articulação, que pode ser sentida ao flexionar ou esticar a perna; geralmente é acompanhada de edema.

Como é diagnosticada?
Através de exame. O médico examina o joelho à procura de dor e de edema na região da bolsa anserina.

Como é tratada?
O tratamento pode incluir:
• Compressas de gelo sobre o joelho por cerca de 20 a 30 minutos, a cada 3 ou 4 horas, por 2 a 3 dias ou até que a dor e o edema passem,
• Remoção do fluido acumulado na bolsa sinovial,
• Bandagem elástica, ao redor do joelho, para impedir a formação ou diminuição do edema.,
• Medicação antiinflamatória,
• Injeção de medicamentos como cortisona, na bolsa sinovial, para reduzir o edema e a dor,
• Fisioterapia e exercícios, para ajudar na recuperação, à medida que a dor permita.

Quando retornar ao esporte ou atividade?
O objetivo da reabilitação é que o paciente possa retornar ao esporte ou à atividade, o mais rápido e seguramente possível.
Se o retorno for precoce, existe o risco de agravar a lesão e causar danos permanentes ao paciente.
Como cada caso é diferente do outro, o retorno ao esporte dependerá da ausência da inflamação e da dor, não existindo um protocolo ou número exato de dias indicado para este retorno.
Geralmente, quanto mais tempo se demora para buscar auxílio e tratamento médico, após a presença dos sintomas da lesão, maior será o tempo para recuperá-la.
Para voltar ao esporte com segurança, o paciente precisa conseguir realizar, progressivamente, os itens descritos na lista abaixo:
• Dobrar e esticar totalmente o joelho, sem sentir dor,
• Joelho e perna recuperarem a força normal, em relação ao joelho e perna sem lesão,
• Não houver edema ou dor, ao toque na bolsa sinovial do joelho com lesão,
• Correr em linha reta, sem sentir dor ou mancar,
• Correr em linha reta, a toda velocidade sem mancar,
• Fazer viradas bruscas ou abruptas, a 45º,
• Correr, desenhando, no chão, um "8", de 18 metros,
• Fazer viradas bruscas ou abruptas, a 90º,
• Correr, desenhando, no chão, um "8", de 9 metros,
• Pular com ambas as pernas, sem sentir dor, e pular somente com a perna lesionada, sem sentir dor,
• Durante o nado de peito, caso seja um nadador, realizar o movimento da perna, sem sentir dor.

Como previnir a bursite anserina?
A melhor maneira de evitá-la é realizar o aquecimento adequado, antes de iniciar uma atividade física, o que inclui o alongamento da musculatura dos isquiotibiais (posterior da coxa), dos músculos internos da coxa e dos músculos da parte de cima da coxa.
Gradualmente, aumentar o nível de intensidade da atividade, o que é melhor do que fazer tudo de uma vez. Isso ajudará a prevenir lesões.

Exercícios de Reabilitação da Bursite Anserina:
O alongamento deve ser o primeiro do programa de exercícios, iniciando pelos exercícios 1 a 3. Em seguida, começar o fortalecimento da perna, através dos exercícios 4 a 6:

1 - Alongamento dos Isquiotibiais:
Deitar de costas no chão, com as nádegas próximas ao batente de uma porta aberta, de forma que a perna sã fique totalmente estendida através dela.
A perna lesionada deve estar sempre levantada e encostada contra a parede, de modo que seu calcanhar descanse contra o batente.
Um alongamento muito forte será sentido na parte posterior da coxa.
Manter por 60 segundos e repetir 3 vezes.

 
 2 - Alongamento da Panturrilha:
Ficar em pé, com os braços estendidos para frente e as mãos espalmadas e apoiadas em uma parede na altura do peito.
A perna lesionada deve estar, aproximadamente, 30 a60 cm atrás da perna não lesionada. Manter a perna sã estendida, com o calcanhar no chão, e inclinar em direção à parede.
Flexionar o joelho da frente até sentir o alongamento da parte de trás do músculo da panturrilha da perna lesionada.
Manter por 30/60 segundos e repetir 3 vezes.


3 - Alongamento do Quadríceps:
Em pé, de cabeça erguida, manter o lado são do seu corpo junto a uma parede e apoiar a mão contra ela.
Com a outra mão, segurar o tornozelo da perna lesionada e levar o calcanhar para cima, em direção à nádega.
Não enrolar ou girar as costas. Repetir 3 vezes.

 
 4 - Alongamento Dos Adutores do Quadril:
Em decúbito dorsal, dobrar os joelhos e colocar os pés bem apoiados no solo. Suavemente, afastar os joelhos um do outro e tensionar os músculos da parte interna das coxas.
Manter a posição por 20 segundos e repetir 3 vezes.


 5 - Isométricos:
A) Isom étrico do Quadríceps:
Sentar no chão, com a perna lesionada estendida e a sã dobrada. Pressionar a parte de trás do joelho lesado de encontro ao solo e, ao mesmo tempo, contrair os músculos da parte superior da sua coxa.
Manter a posição por 5 segundos e repetir 20 vezes.
B) Isométrico de Isquiotibiais:
Sentar no chão, com a perna lesionada levemente dobrada, forçar o calcanhar da perna lesionada no chão e contrair a parte de trás dos músculos da coxa.
Manter por 5 segundos e repetir 20 vezes.

 
 

6 - Deslizamento do Calcanhar:
Sentar com as costas eretas sobre uma superfície firme e estender as pernas para frente, lentamente, deslizar o calcanhar da perna lesionada
em direção às nádegas, puxando o joelho para peito.
Retornar à posição inicial e repetir 10 vezes.